Segundo o relatório mais recente do JPMorgan, os analistas de Wall Street atribuem essa tendência a quatro fatores principais: aprimoramento na estrutura dos ETFs, crescimento das reservas em tesourarias corporativas, postura regulatória mais favorável e a possível aprovação de funcionalidades de staking. Esses aspectos explicam o desempenho superior do Ethereum recentemente e indicam que o ativo pode apresentar ainda mais potencial de valorização no futuro.
Em julho, o Congresso dos EUA aprovou o projeto GENIUS Act Stablecoin, promovendo um avanço regulatório expressivo para o mercado de criptomoedas. Na mesma época, os ETFs spot de Ethereum registraram um recorde de entradas de 5,4 bilhões USD, quase igualando os recursos direcionados aos ETFs de Bitcoin.
Já em agosto, os ETFs de Bitcoin tiveram pequenas saídas, enquanto os ETFs de Ethereum continuaram a registrar entradas líquidas. Essa diferença nos fluxos de capital impulsionou diretamente o desempenho superior do Ethereum em relação ao Bitcoin.
Ao mesmo tempo, o mercado aguarda em setembro a votação do “Crypto Market Structure Bill”. Investidores antecipam que essa medida pode representar um novo marco regulatório, com potencial semelhante ao da regulação de stablecoins. Sob influência das políticas e da expectativa do mercado, a relevância do Ethereum nos mercados de capitais cresce rapidamente.
O analista do JPMorgan, Nikolaos Panigirtzoglou, e sua equipe apontaram quatro fatores essenciais para o desempenho superior do Ethereum:
O ecossistema do Ethereum se destaca pelo mecanismo de proof-of-stake (PoS). Para operar um nó validador próprio, o usuário deve possuir pelo menos 32 ETH, valor que permanece elevado para a maior parte dos investidores institucionais e de varejo.
Se a SEC aprovar que os ETFs spot de Ethereum possam participar do staking, gestores dos fundos poderão gerar rendimento adicional para os investidores, sem a necessidade de cada um administrar seu próprio nó. Com isso, os ETFs spot de ETH deixam de ser simples instrumentos de acompanhamento de preço e passam a ser produtos passivos de investimento com rendimento.
Essa diferença é fundamental em relação aos ETFs spot de Bitcoin: o Bitcoin não tem mecanismo de geração de yield, enquanto ETFs de Ethereum podem ser comercializados com essa vantagem, ampliando o seu apelo de mercado.
Segundo o JPMorgan, cerca de 10 empresas de capital aberto já inseriram Ethereum em seus balanços, somando aproximadamente 2,3% da oferta total de ETH circulante.
O destaque vai para empresas que vão além do modelo “buy and hold” e participam diretamente do ecossistema:
Isso mostra que o Ethereum está evoluindo de ativo especulativo para uma ferramenta estratégica nas tesourarias corporativas — mudança que o Bitcoin ainda não atingiu plenamente.
A alocação corporativa de longo prazo fortalece a ancoragem do valor de mercado do Ethereum e amplia a estabilidade da base de capital.
A SEC por muito tempo levantou dúvidas regulatórias sobre os tokens de staking líquido (LSTs), como Lido e Rocket Pool, sugerindo que poderiam ser classificados como valores mobiliários e restringir o ingresso institucional em grande escala.
Recentemente, porém, funcionários da SEC sinalizaram que não devem enquadrar tais tokens como valores mobiliários, trazendo clareza ao mercado. Mesmo sem força de lei, essa mudança já reduziu consideravelmente receios de investidores institucionais.
Com riscos regulatórios mitigados, o capital antes hesitante passa a migrar com mais velocidade e volume para o staking de Ethereum e os mercados de derivativos associados.
A SEC aprovou recentemente o mecanismo de resgate in-kind para ETFs spot de Bitcoin e de Ethereum. Assim, investidores institucionais podem resgatar cotas do ETF retirando diretamente o equivalente em Bitcoin ou Ethereum, sem a obrigação de liquidar para dinheiro primeiro.
Essa inovação oferece três grandes benefícios:
Embora Bitcoin e Ethereum se beneficiem desse formato, o espaço para expansão institucional e corporativa do Ethereum é maior, o que sugere impacto marginal mais expressivo para o ativo.
Segundo o relatório do JPMorgan, embora o Bitcoin continue sendo o principal ativo reserva de valor do mercado cripto, o horizonte de crescimento do Ethereum é ainda maior:
Em resumo, o Bitcoin é o “ouro digital” e o Ethereum avança rapidamente como a “infraestrutura da economia digital”.
A análise do JPMorgan aponta que o atual momento de força do Ethereum não se explica por especulação imediata, mas pelo efeito conjunto de avanços regulatórios, melhorias na estrutura dos ETFs, maior adoção institucional e potencial de geração de rendimento.
Com o amadurecimento dos ETFs, o crescimento das reservas corporativas em ETH e a possível confirmação de novos posicionamentos da SEC, o Ethereum tende a reduzir — e até superar — a liderança do Bitcoin no mercado.
Para investidores, o movimento representa mais do que rotação de capital: sinaliza um ponto de inflexão para o setor de cripto, migrando do foco em reserva de valor para um ecossistema de aplicações múltiplas.
Nesta nova fase das criptomoedas, o Bitcoin permanece como “ouro digital”, enquanto o Ethereum se consolida como o “centro da economia digital”.